Polícia Civil e Científica reforçam campanha de identificação de pessoas desaparecidas

SSP intensifica Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, promovida pelo Ministério da Justiça (Foto: SSP)

A Secretaria de Estado da Segurança Pública, por meio da Polícia Técnico-Científica em parceria com a Polícia Civil de Goiás, realiza a intensificação da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

A ação, que ocorre de 5 a 15 de agosto, visa ampliar o número de coletas e conscientizar a população sobre a importância da doação de material genético na busca por pessoas desaparecidas.

“É um trabalho conjunto que busca entregar dignidade para esses familiares que tiveram seus entes queridos desaparecidos e que precisam de uma resposta do poder público”, afirmou o delegado de Polícia Civil, Webert Leonardo.

Identificação de pessoas desaparecidas

Em Goiás, o trabalho é conduzido pelo Laboratório de Biologia e DNA Forense (LBDF), que analisa e insere os perfis genéticos de familiares no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG). Os dados passam por cruzamentos contínuos com perfis de pessoas vivas ou falecidas ainda não identificadas. Em caso de coincidência, os familiares são imediatamente informados.

A coleta do material genético é simples, indolor e não invasiva, realizada com um swab estéril (semelhante a um cotonete).

“Para doar, é necessário apresentar documentos pessoais e boletim de ocorrência do desaparecimento. Familiares também podem entregar objetos com material genético da pessoa desaparecida (como escova de dente, cordão umbilical ou dente de leite). A prioridade é para parentes de primeiro grau. É passado uma esponja no interior da bochecha, não é coleta de sangue, então não dói”, explicou a chefe de gabinete da Polícia Científica, Mariana Mota.

“Temos em torno de 20 pessoas vivas sem identificação, e já são mais de 900 cadáveres que estão aguardando essa identificação e pode ser algum desses familiares desaparecidos. A incerteza da dúvida é maior que a do luto”, destacou a coordenadora do Laboratório de Biologia e DNA Forense da Polícia Científica de Goiás, Laryssa Silva de Andrade Bezerra.

O delegado da Polícia Cívil, Webert Leonardo mencionou ainda a importância do Grupo de Investigação de Desaparecidos (GID) da PCGO, que em colaboração com a Polícia Científica, busca aumentar o índice de encontro de pessoas.

“Não existe um prazo de 24h para um registro de pessoa desaparecida, caso ocorra um desaparecimento, procure imediatamente uma unidade de polícia civil para que essa rede integrada colaborativa possa entrar em cena”, reforça.

Pontos de coleta

Atualmente, Goiás conta com 23 pontos de coleta ativos em todo o estado, sendo o principal no Instituto de Criminalística, em Goiânia. A lista completa de endereços e orientações está disponível no site: https://goias.gov.br/policiacientifica/desaparecidos. Além disso, dúvidas e agendamentos podem ser feitos pelo número: (62) 98140-4071 (telefone/WhatsApp).

Em 2024, a campanha em Goiás possibilitou a identificação de cinco pessoas desaparecidas. O estado já contabiliza 57 identificações confirmadas via banco genético, o que representa quase 10% do total nacional, segundo dados da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG).