Dezembro Laranja alerta para riscos do câncer de pele

Medida simples, usar protetor solar ajuda a prevenir envelhecimento precoce e câncer de pele (Foto: Cejane Pupulin)

O Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), em Goiânia, alerta para o Dezembro Laranja, campanha de conscientização sobre o câncer de pele. Referência em dermatologia e infectologia, o hospital chama a atenção para o autocuidado e para a necessidade do exame anual com dermatologista, para prevenir e diagnosticar precocemente a doença.

Cerca de 33% de todos os casos de câncer no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, são de pele

Dermatologista do HDT, Bruna Alarcon reforça que a exposição solar inadequada continua sendo o principal fator de risco para o câncer de pele, especialmente em um país tropical como o Brasil.

“A queimadura solar repetida, mesmo que aconteça apenas uma ou duas vezes ao ano, ao longo de muitos anos, aumenta significativamente o risco de câncer de pele. A radiação ultravioleta causa danos cumulativos, que a pessoa só percebe décadas depois. Por isso, a proteção diária e o autocuidado são indispensáveis”, destaca.

A médica da unidade do Governo de Goiás gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG) acrescenta que a exposição solar contínua e intensa, mesmo sem provocar queimaduras aparentes, também eleva o risco. “Muita gente acredita que só a queimadura solar oferece perigo, mas a exposição crônica ao sol, sem proteção, também provoca danos celulares que podem evoluir para câncer”, explica.

Existem três tipos de câncer de pele: o carcinoma basocelular (CBC), o carcinoma escamoso (CEC) e o melanoma. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), de 2023 a 2025, o Brasil deve registrar cerca de 220,4 mil novos casos de câncer de pele não melanoma por ano — um risco de 101,95 por 100 mil habitantes (96,4 por 100 mil homens e 107,2 por 100 mil mulheres).

A doença é a mais comum no País, com as maiores taxas de incidência no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Além da radiação solar, Bruna lembra que outros fatores também elevam o risco, como tabagismo, imunossupressão e doenças genéticas raras. Ela chama atenção ainda para um mito comum: a falsa sensação de segurança em pessoas com pele mais escura.

“A melanina oferece alguma proteção, mas não elimina o risco. Inclusive, na população negra o melanoma mais comum é acral (lesões ou condições que afetam as extremidades do corpo), que aparece em unhas, mãos e pés — e é um dos tipos mais agressivos. Por isso, todos devem se proteger”, explica.

Segundo a dermatologista, o câncer de pele geralmente não causa dor ou sangramento no início, o que faz muitas pessoas demorarem a procurar ajuda. “Como os primeiros sinais são discretos, o paciente tende a achar que não é nada. Por isso insistimos no autocuidado e na observação regular da pele”, afirma.

Sinais de alerta incluem:

  • feridas que não cicatrizam,
  • caroços que sangram ou não desaparecem,
  • lesões que crescem rapidamente,
  • manchas escuras com mais de duas cores ou formato irregular.

Proteção que salva vidas

A campanha da Sociedade Brasileira de Dermatologia reforça ações simples e eficazes:

  • Aplicar protetor solar FPS 30 ou mais diariamente;
  • Usar camiseta, chapéu e óculos com proteção UV;
  • Reaplicar o protetor a cada duas horas e após entrar na água;
  • Redobrar os cuidados entre 9h e 15h;
  • Realizar consulta anual com dermatologista.