Crer inova para promover cultura de segurança na assistência

Colaboradora do Crer faz um movimento no tabuleiro, durante a qualificação sobre cirurgia segura Sckarleth Martins (texto e foto)/Agir

O Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) promoveu, na semana passada, uma capacitação para os profissionais que atuam na unidade para reforçar o Protocolo de Cirurgia Segura, com destaque para o checklist de cirurgia segura. Essa ferramenta é avalizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e utilizada em hospitais de referência na segurança da assistência. 

A iniciativa contemplou as atualizações do Programa Nacional de Segurança do Paciente, do Ministério da Saúde, e alcançou, ao todo, cerca de 110 profissionais da unidade do Governo de Goiás.

Inspirado no contexto dos jogos olímpicos, o Núcleo de Segurança do Paciente (Nusp) do Crer percorreu os corredores do hospital com uma missão muito especial. Utilizando da linguagem de jogos como estratégia, a ‘gamificação’, o Nusp convidou os profissionais dos setores de exames de imagem e laboratoriais, centro cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e postos de internação a participarem de um desafio no qual testavam seus conhecimentos sobre o que a equipe do Núcleo identificou como Trilhas do Cuidado.

A analista da Qualidade do Crer e presidente do Nusp, Juliana Carvalho de Lima, explica que a dinâmica do tabuleiro Trilhas do Cuidado – Cirurgia Segura buscou realizar a fixação das etapas de verificação preconizadas pelo Manual da OMS de maneira mais lúdica. 

Juliana diz que a verificação dos procedimentos cirúrgicos se dá antes mesmo da entrada do paciente no centro cirúrgico. Isto é, o paciente tem um ‘caminho’ de cuidado a percorrer para que sua cirurgia seja realizada na instituição, de maneira que todos os profissionais do hospital são agentes e promovem a segurança na unidade.

As técnicas de enfermagem da UTI do Crer, Valéria Viviane Santana da Rocha Correia e Luciana Monção Costa protagonizaram uma acirrada disputa no tabuleiro Trilhas do Cuidado. Luciana sagrou-se vitoriosa nesse desafio e avaliou a atividade proposta pela instituição. “Eu achei muito bom porque a dinâmica faz com que você grave mais ainda as etapas de conferência e você aprende brincando. Além de ter vencido a disputa que me deixou muito feliz também”, comemora.

Na oportunidade, as profissionais responderam questões a respeito de etapas de verificação de lateralidade cirúrgica, transporte, identificação de pacientes, análise de risco, entre outras coisas. A técnica de enfermagem Betânia Carvalho das Neves participou da ação e associou os ícones do tabuleiro, de cores vermelha e verde, aos times do futebol goiano de grande rivalidade, o que mobilizou ainda mais a disputa entre os colegas para que acertassem as questões-desafio propostas pelo Nusp.

Processo cirúrgico 
O Protocolo de Cirurgia Segura é uma importante ferramenta para a garantia da segurança dos procedimentos cirúrgicos. Prioridade na saúde pública, segundo estudos da Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico (Sobecc), a rotina de verificação proposta pela OMS é responsável pela redução de cerca de 40% das ocorrências de danos aos pacientes.

A efetividade do checklist se deve a um esforço e compromisso coletivo dos profissionais da saúde envolvidos no processo do cuidado. Dividido em três momentos – para identificação, confirmação e o registro –, toda a equipe tem a responsabilidade de assegurar que o paciente correto fará o procedimento no local correto.

Ou seja, tarefas como conferir o nome do paciente, lado da cirurgia a ser realizada, os riscos a serem mitigados e os padrões a serem seguidos, assim como a análise posterior ao procedimento, a contagem dos materiais dentre outras minúcias, configuram-se como ‘barreiras’ que promovem o êxito no processo cirúrgico.

“Essa é uma maneira muito positiva de divulgar o protocolo de cirurgia segura no hospital, a fim de que alcancemos todos os envolvidos no processo centro cirúrgico e tenhamos, como resultado, mais segurança ao nosso paciente, que é o objetivo do nosso treinamento. Nós possuímos processos estruturados na instituição e acreditamos que o reforço dos protocolos institucionais tem de alcançar todas as equipes. E, por isso, nossa ação foi um sucesso”, avalia a supervisora de enfermagem – procedimentos cirúrgicos, Gabriela Munilla Patriarca.