Vila Cultural recebe exposições sobre a ocupação de espaços urbanos

“Invasões Bárbaras” e “Entre as Serras e os Morros: Pedra e Concreto” abrem ao público nesta sexta-feira (15) e podem ser visitadas na Sala Antônio Poteiro até o dia 19 de novembro (Arte: Secult)

A Vila Cultural Cora Coralina, unidade da Secretaria de Estado de Cultura (Secult Goiás), recebe duas exposições simultâneas a partir desta sexta-feira (15). As mostras “Invasões Bárbaras”, do artista Diogo Rustoff, e “Entre as Serras e os Morros: Pedra e Concreto”, de Carlos Monaretta e André Felipe Cardoso, serão abertas às 16 horas.

Invasões Bárbara é constituída por 26 trabalhos, produzidos entre 2019 e 2021, que questionam a ocupação dos espaços públicos e a relação das pessoas com o ambiente e a cultura. Já a segunda exposição, conta com seis obras inéditas dos artistas Carlos e André, que discutem o contraste entre cidade e espaço rural, paisagem urbana e natural.

Ambas as exposições estarão em cartaz na Sala Antônio Poteiro, do dia 16 de outubro a 19 de novembro, das 9 às 17 horas, com entrada gratuita. Em razão da pandemia, é necessário agendar a visita pelo e-mail vilacultural.coracoralina@goias.gov.br ou pelo telefone (62) 3201-9863. O uso de máscara é obrigatório durante todo o tempo de permanência na galeria. 

Invasões Bárbaras

Por meio de pinturas, serigrafias e objetos de parede, o goianiense Diogo Rustoff explora a relação das pessoas com o espaço público a partir da construção da memória, conservação e decadência, ausência e presença nesses lugares. 

“Invasões Bárbaras partiu da inquietação que eu tinha sobre os conceitos de alta e baixa cultura, bem como a fala de alguns em “levar cultura para a periferia”. Dessa forma, passei a investigar como os artistas periféricos se movimentam, como usufruímos a cidade e à mantemos”, esclarece o artista.

Formado em Design Gráfico pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Diogo iniciou sua carreira artística em contato com a linguagem de grafites e produzindo intervenções urbanas com stencil (técnica de reprodução de imagens com moldes vazados). Hoje, essas duas áreas são perceptíveis em seus traços e estética.

Entre as Serras e os Morros: Pedra e Concreto

Já o trabalho em conjunto dos artistas André Felipe Cardoso e Carlos Monaretta nasceu de conversas e observações durante viagem ao Rio de Janeiro. Logo, a mostra explora a dualidade e os deslocamentos existentes entre o espaço urbano e o rural.

Os artistas levantam a reflexão sobre os dois tipos de paisagem e como os trabalhadores estão inseridos nela a partir de desenhos, esculturas, fotografias e colagens. “A exposição se chama Entre as Serras e os Morros pelo contexto urbano e rural. Em Goiás as serras remetem a paisagem natural do Cerrado, enquanto os morros no Rio de Janeiro se tornaram favelas. Ou seja, são duas situações de uma mesma coisa”, esclarece André Felipe Cardoso.

E foi a observação de como as pessoas, principalmente trabalhadores, interagem com o ambiente que influenciou a produção das obras. “Sou um artista caminhante e estou em trânsito entre as cidades, ambientes e lugares. Assim, registro certas situações através de fotografias e vídeos e depois levo essas vivências para o meu ateliê”, explica Carlos Monaretta.

André Felipe é natural de Minaçu (GO), mas atualmente vive na cidade de Goiás. Em seu trabalho, tem investigado, principalmente, o vínculo que as pessoas constroem com os lugares que frequentam.

Carlos Monaretta, artista visual pela UFG, pesquisa os processos de existência, resistência e trabalho na cidade, bem como a ocupação do espaço urbano, por meio, principalmente, dos vendedores ambulantes. O artista é de Guarulhos (SP), mas vive em Goiânia.