HGG orienta população no Dia D de prevenção às doenças renais
O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) realiza, nesta próxima quinta-feira (10), um dia voltado a orientações sobre os cuidados com os rins. A ação marca o Dia Mundial do Rim, que é comemorado anualmente nesta data, e será realizada das 7 às 12 horas. A enfermeira Fabrícia Cândida explica que a proposta do evento é chamar a atenção da população para a prevenção das doenças renais.
“Você sabe o que leva uma pessoa a precisar de uma máquina de hemodiálise? E de um transplante de rim? Nossa proposta é alertar a população sobre os cuidados que devem ser tomados para prevenir a evolução de uma doença renal crônica”. Para isso, a unidade do Governo de Goiás vai levar uma equipe de profissionais e uma cadeira de hemodiálise para a Praça Abrão Rassi, onde o assunto será abordado com a população.
Segundo informações da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a doença renal crônica (DRC) se caracteriza pela lesão irreversível nos rins, mantida por três meses ou mais, afetando uma em cada em pessoas no mundo e com taxas crescentes de acometimento na população. O médico nefrologista do HGG, Junicley Mendonça, lembra que, quando diagnosticada de forma precoce, sua progressão pode ser controlada ou retardada, na maior parte dos casos.
“A DRC é uma doença silenciosa e não provoca sintomas significativos ou específicos nos estágios iniciais, por isso, é muito importante o acompanhamento médico periódico anual. Além disso, é preciso estar atento a fatores de risco, como hipertensão arterial e diabetes mellitus”. Ele explica ainda que o diagnóstico pode ser obtido por meio de exames simples de rastreamento diagnóstico: creatinina sérica e exame de urina.
Risco de evolução
O nefrologista também chama atenção para o risco de evolução da doença caso não seja tratada. “A DRC pode ser grave, sobretudo quando evolui para estágios avançados, quando são necessários tratamentos como a diálise e o transplante renal”.
No Brasil, segundo dados da SBN, o número de pacientes com DRC avançada é crescente, sendo que atualmente mais de 140 mil pacientes realizam diálise. Junicley explica que o que leva uma pessoa com problema renal ficar dependente de uma máquina de hemodiálise é a perda da capacidade de funcionamento dos rins em torno de 90%.
“Nesse estágio, os rins não conseguem mais limpar o sangue, nem regular a capacidade de água, sais minerais e a produção de hormônios para manter o equilíbrio do corpo”, exemplifica. “A indicação de transplante renal acontece quando a pessoa apresenta perda irreversível e grave da função renal, podendo o paciente estar tanto em diálise ou pré-diálise, a depender da avaliação do médico nefrologista com exames de sangue, urina e imagem”, destaca.
Para Junicley, o transplante é a opção mais completa e efetiva para tratar pacientes portadores de DRC. “O paciente recebe o novo rim mediante a doação de um órgão saudável (vivo ou falecido), a fim de substituir o seu que não desempenha mais as funções necessárias.”
Atendimento
Referência no atendimento de pacientes renais crônicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás, o HGG realizou 7.148 consultas ambulatoriais na especialidade de nefrologia, no ano passado. O hospital mantém dez máquinas de hemodiálise para atendimento na sala branca e na sala amarela e, além de outras quatro máquinas para realização de hemodiálise no Centro de Terapia Intensivo (CTI). Ainda durante 2021, foram realizados 5.222 procedimentos.
A unidade também é referência no serviço de transplantes renais no Estado, ao realizar 102 transplantes de rim em 2021. Desde a implantação do serviço, em 2017, o HGG já realizou 607 procedimentos desse tipo, colocando a unidade como o maior hospital transplantador de rim do Centro-Oeste, e levando Goiás a ser o décimo Estado em número desse tipo de procedimento no país, segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT).