Emater ensina adolescentes que cumprem medidas socioeducativas a produzirem hortaliças
O Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), deu início nesta terça-feira (08) ao Curso de Olericultura, ministrado aos adolescentes do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), no Bairro Vera Cruz, em Goiânia.
A capacitação é uma oportunidade para que os educandos possam se profissionalizar e encontrar novas chances de trabalho quando saírem da unidade, conta o técnico da Emater e um dos organizadores da iniciativa, Robson Luís de Morais. Segundo ele, o objetivo é viabilizar aos alunos que implantem futuramente seus próprios espaços voltados para a produção de hortaliças com baixo investimento inicial.
O curso é ministrado pelo engenheiro agrônomo da Emater, Jean Louis Martins, e dividido em quatro módulos. No primeiro, a turma será apresentada aos princípios básicos do cultivo de legumes e verduras para, posteriormente, entenderem aspectos quanto ao preparo do solo, manejo, colheita, processamento dos alimentos e comercialização.
Coordenador do Case, Bruno Sales Santana explica que a direção do centro sempre sentiu a necessidade de colocar os adolescentes em contato com a terra. “Já estamos percebendo a melhora no comportamento deles. De certa forma, também é um trabalho terapêutico. Trabalhando com o solo, no período em que eles estão aqui, ficam com a cabeça descansada”, declara.
A unidade conta com uma horta didática onde os alunos poderão realizar as aulas práticas do curso. São cultivados na área milho, alface, couve, rúcula, pimenta, abóbora e espécies medicinais. Alguns alunos já manejam a plantação e os alimentos são destinados para o próprio restaurante do Case. “Eles voltam para o alojamento com a sensação de dever cumprido”, acrescenta Bruno.
Serão duas turmas com seis educandos cada. Apesar de aberto a quem queira participar, a formação adotou alguns critérios para a seleção dos estudantes. Foram avaliados perfis de jovens que vieram do interior e tiveram alguma experiência com o campo. Alguns alunos inclusive já trabalharam em propriedades rurais ou têm familiares que moram e produzem em sítios.
A superintendente do Sistema Socioeducativo da Seds, Kerima Ferreira Sobrinho, atenta para a importância da ação no processo de ressocialização dos internos. “Cursos como esse da Emater são fundamentais porque a nossa gestão tem foco em socioeducação, ou seja, apresentar aos adolescentes novos caminhos e novas oportunidades. Assim, podem sair daqui escrevendo uma nova história”, diz.