Goiás e DF unem esforços contra o Aedes aegypti
O Governo de Goiás, em parceria com o Governo do Distrito Federal (DF), iniciou nesta terça-feira, em Valparaíso de Goiás, no Entorno de Brasília, uma força-tarefa com o objetivo de diminuir os níveis de infestação do Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
O lançamento foi realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Rita, no Parque Santa Rita, com as presenças da superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim; do subsecretário de Vigilância em Saúde do Governo do Distrito Federal, Divino Valero; e do prefeito de Valparaíso, Pablo Mossoró, entre outras autoridades.
Durante a abertura da ação, Flúvia Amorim destacou que o Entorno do DF foi escolhido para ser alvo da força-tarefa por concentrar níveis elevados de infestação do Aedes aegypti e, em consequência, grande número de casos das doenças transmitidas pelo vetor. A superintendente acentuou que, além da dengue, causa grande preocupação ao Estado as notificações de chikungunya, enfermidade que tem um período mais prolongado de tratamento e de manifestação dos sintomas.
“A chikungunya faz com que as pessoas fiquem mais tempo doentes, o que causa uma pressão nos serviços de saúde”, afirmou Flúvia Amorim. Ela também ressaltou que a pandemia de Covid-19 ainda não acabou, apesar da diminuição de casos, e que preocupa os gestores o surgimento de uma nova doença que pode causar sobrecarrega na rede de saúde.
Visitas e drones
Logo após o lançamento da força-tarefa, os agentes de saúde saíram às ruas com o propósito de fazer visitas domiciliares e conscientizar os moradores sobre a importância de eliminar todo e qualquer objeto que possa servir de criatório para o Aedes aegypti. Para otimizar a ação, foram selecionados cinco bairros da cidade considerados mais críticos.
O coordenador de Dengue, Zika e Chikungunya da SES-GO, Murilo do Carmo, informou que a ação contou com o valoroso apoio de agentes de saúde de Novo Gama, também localizado no Entorno do DF.
Além das visitas domiciliares, a ação foi contemplada com sobrevoo de drones monitorados pelo Corpo de Bombeiros, para identificar os criatórios do mosquito em locais de difícil acesso. Os bombeiros também atuaram na logística das ações desenvolvidas pelos agentes comunitários e fizeram vistorias em órgãos públicos. Durante a ação, policiais militares deram o apoio necessário aos carros com as bombas para pulverização de inseticida para o bloqueio da transmissão de casos.
Casos em Goiás
No ano passado, nas 13 primeiras semanas epidemiológicas, 22.018 casos de dengue foram notificados e 14.156, confirmados. Em 2022, até o momento, Goiás já soma 87.042 casos de dengue notificados e 39.874 confirmados, o que representa aumento de 295,32%.
Da mesma forma, há um avanço significativo no número de mortes suspeitas por dengue em 2022. No ano passado, até 30 de março, uma morte havia sido confirmada e quatro estavam sob investigação. Neste ano, até 11 de abril, foram confirmados 11 óbitos e 79 estão em investigação.
Até 2021, a chikungunya não apresentou expressividade epidemiológica no Estado, oonde foi constatado um surto, em Bom Jesus de Goiás, e circulação viral em 43 municípios. Neste ano, porém, a doença apresenta crescente número de notificações e confirmações de casos.
Os dados da SES-GO apontam que, até 11 de abril, foram notificados 1.945 casos, dos quais 1.163 confirmados. Isso representa um aumento de 69% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram confirmados casos em 34 municípios goianos.
A zika teve seu auge em 2016, com a posterior redução da circulação viral e consequente diminuição no número de casos. Neste ano, foram identificadas duas gestantes com exames positivos, possibilitando o retorno de casos no Estado.
Maria José Silva (texto) e Britto (foto)/Comunicação Setorial