Goiás inicia estudos para detectar transmissão do vírus da aftosa e avaliar imunidade do rebanho

Os estudos oroepidemiológicos tem como meta detectar e prevenir a transmissão do vírus da aftosa (Foto: Agrodefesa)

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), responsável pela execução das ações de Sanidade Animal em Goiás, inicia esta semana a realização de estudos soroepidemiológicos de detecção e transmissão do vírus da febre aftosa, bem como da imunidade do rebanho, como resultado das campanhas de vacinação. Os trabalhos de campo são desenvolvidos por profissionais da Agrodefesa e nos demais estados pelos técnicos dos órgãos executores de Sanidade Agropecuária (OESAs).

Referidos estudos constituem um dos componentes do sistema de vigilância para a febre aftosa no País, como parte das ações de vigilância que visam comprovar a certificação de ausência de transmissão viral na zona livre onde se aplica a vacinação contra febre aftosa, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), além de apoiar o atendimento a compromissos feitos pelo Brasil com parceiros comerciais.

Os estudos oroepidemiológicos tem como meta detectar e prevenir a transmissão do vírus da aftosa. Os trabalhos abrangem duas áreas territoriais. Na área 1, estão os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e ainda o Distrito Federal e a zona de proteção do Estado de Roraima. Já na área 2 estão os estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Quanto ao estudo de avaliação da imunidade populacional contra o vírus da febre aftosa, o objetivo é estimar o percentual de cobertura de imunidade alcançada pelas campanhas de vacinação contra aftosa para os sorotipos A e O nos estados de Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Conforme o presidente da Agrodefesa, José Essado, é fundamental que ocorra o engajamento da cadeia produtiva da bovinocultura na realização desses estudos, principalmente por tratar-se do atendimento a acordos bilaterais com países importadores dos produtos brasileiros.

“Precisamos manter e ampliar os mercados consumidores, especialmente pelo impacto das exportações nas economias de Goiás e do Brasil”, enfatiza Essado, acrescentando que desde 2017, um grande esforço vem sendo feito para garantir a sanidade do rebanho e efetivar a retirada da vacina a partir do próximo ano.

Amostragem

Em Goiás foram sorteadas 101 propriedades em municípios abrangidos pelas 12 Unidades Regionais da Agrodefesa. Destas, 76 fazem parte de ambos os estudos. A execução das atividades é competência dos fiscais, médicos veterinários das Unidades de Atenção Veterinária. Há previsão de coleta de soro sanguíneo em cerca de 2.050 bovinos, de 13 a 24 meses. As amostras serão encaminhadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Rio Grande do Sul (LFDA/RS), jurisdicionado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Antônio do Amaral Leal, explica que os critérios e procedimentos para realização dos estudos foram definidos pelo Ministério, incluindo aspectos como cálculo amostral, distribuição das propriedades entre Unidades Federativas, seleção dos animais dentro das propriedades, testes sorológicos em laboratórios e acompanhamento das propriedades com bovinos reagentes (se for o caso) para investigação complementar.

Os estudos soroepidemiológicos fazem parte do Sistema de Vigilância para Febre Aftosa de forma a garantir a manutenção da condição sanitária de zona livre de febre aftosa com vacinação, com vistas à conquista do status sanitário de zona livre de febre aftosa sem vacinação pelo Estado de Goiás e outros estados do Bloco IV até o ano de 2026. Vale destacar que a partir de 2023, Goiás deixará de vacinar o rebanho contra aftosa, conforme já anunciado pelo Mapa. O Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa é executado no Estado por meio do Programa Estadual de Enfermidades Vesiculares.