Goiás vai liberar R$ 66 milhões em emendas para prefeituras goianas neste mês
O governador Ronaldo Caiado manifestou apoio às prefeituras goianas em crise financeira, durante evento promovido por entidades municipalistas na Assembleia Legislativa de Goiás, com a presença de representantes de 229 cidades, nesta quarta-feira (13/09).
O chefe do Executivo goiano estava acompanhado da presidente de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS), primeira-dama Gracinha Caiado.
O governador ressaltou que não é possível dormir diante de uma situação crítica, que nem ele e os prefeitos não dormem.
“Minha experiência, de mais de 40 anos na vida pública, mostra que ninguém governa sem prefeitos, sem deputados, sem vereadores. Não é discurso, é prática da vida pública. Por isso estou junto de vocês na busca por soluções”.
Prefeituras goianas
Ao demonstrar solidariedade em relação às prefeituras, Caiado reforçou que todos os repasses estaduais obrigatórios estão em dia. Inclusive, ainda neste mês, serão liberados R$ 66 milhões em emendas parlamentares, que devem ser destinadas a obras e investimentos nas cidades. Até o final do ano, o valor deve chegar a R$ 435 milhões.
“Este ano nós já repassamos aos nossos deputados estaduais R$ 154 milhões e, neste mês, mais R$ 66 milhões serão entregues a todos os prefeitos que apresentaram os projetos e documentações”, explicou o governador.
Na ocasião, Caiado também destacou que vai continuar atendendo a todos de forma democrática, sem distinções partidárias.
“Nunca discriminei um prefeito, independentemente de siglas partidárias. O governo só funciona com a estrutura do município para chegar ao cidadão e essa parceria sempre deu certo”, relembrou.
A referência deve-se aos diversos investimentos realizados por meio de programas como AlfaMais, de incentivo à alfabetização; Goiás em Movimento, que leva asfalto aos municípios; ações de segurança pública; e repasses para merenda e transporte escolar.
Recursos
O presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM), Haroldo Naves, destacou que as prefeituras operam diversos programas, em contato direto com o cidadão e, por isso, precisam de mais recursos.
O presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM), Carlão da Fox, sobre frisa que a proposta da União de antecipar R$ 10 bilhões para compensar perdas de ICMS e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) não é suficiente.
“Nós ofertamos 85% do serviço da população brasileira, mas recebemos apenas 14% do bolo tributário. Já tivemos uma sinalização ontem por parte do Governo Federal, mas ela não atende. Nós precisamos de ter os nossos pleitos atendidos como um todo”, contabilizou.
Para Caiado, estados e municípios devem buscar autonomia de forma conjunta, visto que a crise atinge a todos e, no caso do governo estadual, haverá queda de R$ 4,7 bilhões no orçamento deste ano.
Ele explica que Goiás perdeu, ano passado, R$ 2,4 bilhões. Pelo acordo teria a reparação de R$ 1,6 bilhões, divididos em três parcelas. Mas Goiás teve parte descontada para pagamento de dívida antiga com governo federal e irá receber só R$ 40 milhões do total que seria R$ 545 milhões neste ano.
“Ou seja, além da queda a gente ganha o coice, pois ”, ao invés de repor, Goiás precisou utilizar recursos próprios para repasses municipais”, lamenta.
Perdas
Nesse sentido, lembrou que o debate da reforma tributária se torna ainda mais relevante. E encontrou respaldo por parte dos prefeitos, como Fernando Pelozzo, de Senador Canedo.
“Com essa aprovação do jeito que está, Senador Canedo perderia mais de R$ 68 milhões por ano”, frisou prefeito.
O prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, salientou a importância de pressionar o Congresso Nacional por mudanças no texto.
“Temos de trazer os recursos e ficarmos atentos e unidos”, afirmou.
O presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, reforçou discurso contra a reforma tributária, que classificou como inadmissível, pois ela tira do ente que mais precisa, que são os municípios”.
“Manifesto o apoio da Casa na busca de alternativas para ajudar os municípios a superarem a crise financeira devido à queda de arrecadação. A reforma do jeito que está é inadmissível”, salienta.
Líder da bancada goiana na Câmara dos Deputados, Flávia Morais afirmou que os parlamentares também são sensíveis aos problemas enfrentados, que estão mobilizados junto ao governo federal.
“Buscaremos uma solução para o problema que tem deixado os nossos prefeitos sem condições de prestar serviços essenciais à população”, assegurou.
Repasses e investimentos
A Secretaria de Relações Institucionais (Serint) prevê pagamento de R$ 435 milhões em emendas neste ano, divididos igualmente para cada parlamentar, resultando na cota individual de R$ 10.611.000.
O pagamento depende das documentações apresentadas pelas prefeituras, nos prazos estabelecidos pelas normativas estaduais. A execução orçamentária deve ser concluída até o dia 11 de dezembro.
Já a Secretaria da Economia informou repasse de R$ 3,9 bilhões aos municípios, incluída a parcela do Fundeb, entre janeiro e agosto deste ano, referente à fatia do Imposto sobre ICMS e do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Foram R$ 3,23 bilhões de ICMS e R$ 622 milhões de IPVA. Em outra frente, a Agência Goiana de Habitação (Agehab) contratou a construção de cerca de 6 mil unidades habitacionais, em 130 municípios.
Com recursos do Fundo Protege, há previsão para financiamento de mais de 50 iniciativas entre ações e projetos sociais, no exercício de 2023. Como destaque, estima-se que sejam empenhadas despesas destinadas para reduzir as desigualdades e vulnerabilidade sociais, tais como:
- Programa Mães de Goiás: R$ 250 milhões;
- Construção de Casas: R$ 215 milhões;
- Uniformes Escolares: R$ 170 milhões;
- Aluguel Social: R$ 160 milhões;
- Universitário do Bem: R$ 120 milhões;
- Aprendiz do Futuro: R$ 115 milhões;
- Merenda Escolar: R$ 100 milhões.