Fapeg vai investir R$ 24 milhões em centro de redes de comunicação

Proposta é de ampliar o número de pesquisadores direta ou indiretamente envolvidos em pesquisas nas diferentes linhas de atuação, e assim fortalecer os ecossistemas goiano e brasileiro de redes 5G e 6G (Arte: Fapeg)

O Centro de Excelência em Redes Inteligentes Sem Fio e Serviços Avançados com alcance nacional e internacional (Cerise) começa a ser implantado em Goiás. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) vai investir, nos próximos três anos, um total de R$ 24 milhões para viabilizar este projeto estratégico para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).

O convênio de cooperação técnica e acadêmica para implementação das ações foi publicado no Diário Oficial do Estado em setembro, e firmado entre a Fapeg, a Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape) e Universidade Federal de Goiás (UFG).

O Cerise permitirá estruturar projetos de pesquisa aplicada a setores estratégicos de Goiás e do Brasil com utilização de redes de comunicações avançadas e inteligentes, ampliando e popularizando pesquisas e projetos com empresas e instituições públicas e privadas em áreas que demandem técnicas computacionais inteligentes, aumentando a produtividade e eficiência.

O Centro nasce com os objetivos de fortalecer e acelerar a inserção da tecnologia 5G e pós-5G e de aplicações relacionadas a estes temas como tecnologias imersivas e máquinas inteligentes por meio de projetos de PD&I, criação de startups e desenvolvimento de recursos humanos.

O local possibilitará, ainda, a implementação de casos de uso e protótipos em áreas relacionadas a redes de comunicação avançadas, como navegação autônoma, máquinas inteligentes conectadas, localização e sensoriamento, realidade estendida, gêmeos digitais, tecnologias imersivas e metaversos.

Centro de Excelência

O professor da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação da UFG e coordenador do projeto de criação do Centro de Excelência, Flávio Henrique Teles Vieira, revela que a equipe executora inicial do Cerise acredita que o maior desafio será mudar o pensamento existente em alguns setores da indústria sobre o projeto ser executado fora da Região Sudeste ou Sul.

“Algumas empresas e até mesmo instituições governamentais acreditam que as inovações tecnológicas e padronizações devam surgir ou ter o controle principal de centros localizados apenas no Sul e Sudeste do país”.

Segundo ele, Goiás tem um grande potencial para desenvolver e executar projetos de pesquisa e inovações de alto grau de complexidade capazes de levar ao desenvolvimento de sistemas e soluções inteligentes.

“Serão feitas adequações tanto local, nacional ou internacionalmente, sobretudo nas áreas de educação, saúde, segurança pública, logística e energia, agronegócio, dentre outras envolvendo redes de comunicação sem fio avançadas”, explica.

Política pública

O presidente da Fapeg, Robson Domingos Vieira, destaca que a parceria possibilita o desenvolvimento de projetos, produtos e soluções que vão contribuir com a criação de sistemas cada vez mais inteligentes e autônomos, fortalecendo o ecossistema de telecomunicações e aplicações inteligentes em Goiás, no Brasil e no mundo.

Ele ressalta a política pública adotada pela Fapeg de estimular a criação de centros de excelência, que são projetos estruturantes de longo prazo, em temas estratégicos e globais capazes de impactar o setor econômico, o meio ambiente e a sociedade como um todo.

Segundo Robson Domingos, mais uma vez a Fapeg cumpre o seu papel de fomentar a pesquisa científica, tecnológica e de inovação em todas as áreas do conhecimento, de induzir e apoiar pesquisas científicas em áreas estratégicas para Goiás.

“O papel da Fapeg é também investir na formação de recursos humanos qualificados para a ciência e a tecnologia,  de apoiar a difusão científica para aumento da competitividade e melhoria do desenvolvimento social e econômico em Goiás e no Brasil”, destaca.

O presidente ainda destaca que o apoio do Governo de Goiás a este projeto, por meio da Fapeg, vai repercutir na:

  • Captação e ampliação de contratos de PD&I com empresas e instituições do setor público e privado
  • Na criação de laboratórios avançados de tecnologias 5G/6G e de comunicações imersivas
  • Na formação, fortalecimento e ampliação de pesquisadores e profissionais para a utilização e desenvolvimento de novas tecnologias das áreas de comunicação móveis sem fio, computação na nuvem e na borda, desenvolvimento de software, inteligência artificial, eletrônica e tecnologias da informação, Internet das Coisas, Gêmeos Digitais, Metaversos.

Sede

De acordo com o professor Flávio Vieira, o Cerise terá como unidade sede e local de funcionamento a Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação (EMC) da UFG, que é referência no ensino e pesquisa em Engenharia, Computação e Telecomunicações, e tem participado de forma ativa tanto na expansão e qualificação quanto no enfrentamento aos desafios e às demandas, em especial, da sociedade.

Segundo Flávio Vieira, um dos primeiros passos do Cerise será o estabelecimento e modernização da infraestrutura disponível para o desenvolvimento de projetos, onde serão realizados investimentos na aquisição de equipamentos, mobiliário e customização de espaço físico.

Propostas

Entre as propostas do Cerise estão:

  • Capacitação de profissionais para utilizar novas tecnologias das áreas
  • Ampliação da captação de projetos de PD&I em empresas privadas e públicas e da capacidade de estruturar e executar projetos de PD&I orientados a padronização das tecnologias; ampliação da capacidade em prototipar soluções
  • Aumento da competitividade do país na temática de redes inteligentes programáveis sem fio, além de fortalecer a pesquisa
  • Incrementar produção de bibliotecas e patentes
  • Intensificar intercâmbios tecnológicos internacionais
  • Apoiar, atrair e reter profissionais e pesquisadores de alta capacidade na temática
  • Apoiar políticas públicas da Anatel, Ministério das Comunicações e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e fortalecer redes 5G e 6G, entre outras.

A proposta de criação do Cerise combina, também, o treinamento acadêmico avançado de professores e pesquisadores de engenharia elétrica e de computação.

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