Despoluição de rios: Semadcast explica como é possível
Despoluição de rios é um tema que une franceses e goianos. Em Paris, o Sena acaba de ser despoluído para receber provas dos Jogos Olímpicos. Na cidade de Goiás, o governador Ronaldo Caiado anunciou, no dia 22 de julho, que o Rio Vermelho passará pelo mesmo processo até 2027, ano em que o município completa 300 anos. Mas como é que se despolui um rio?
Para explicar o assunto, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) gravou e disponibilizou um podcast gravado com o superintendente de Recursos Hídricos da pasta, Abel Alves.
Despoluição
Ouça o podcast no fim da matéria.
“Não há um roteiro, cada caso é um caso. Daí vem a importância de se ter uma visão bem abrangente, e olhar para bacia hidrográfica como um todo antes de se fazer um diagnóstico. É preciso também monitorar a qualidade da água de maneira constante e fazer intervenções específicas para área rural e para área urbana”, explica o superintendente.
Abel Alves explica que a despoluição de um rio na porção urbana exige medidas diferentes daquelas adotadas em áreas rurais.
“São fontes distintas de poluição. No meio rural, decorre da má aplicação de defensivos, má utilização da irrigação, desmatamento ilegal, falta de saneamento rural (tanto de esgoto, quanto de resíduos sólidos), entre tantos outros. Na porção urbana, podemos destacar a deficiência na gestão de resíduos sólidos, lançamento inadequado de esgoto doméstico e industrial, ausência de uma rede coletora e por aí vai”.
Intervenções específicas
Segundo ele, na área rural, o rol de intervenções costuma incluir:
- a proteção de Áreas de Preservação Permanentes (APPs),
- manejo de conservação do solo, ampliação da rede de saneamento rural,
- gestão de resíduos sólidos,
- coleta e tratamento de esgoto,
- reflorestamento e readequação de estradas rurais, por exemplo.
Para a área urbana, Abel explica que é importante se implementar:
- saneamento básico
- e gestão de resíduos sólidos.
“Um outro ponto importante é a participação da sociedade nos comitês de bacia hidrográfica, pois são os comitês de bacia que, juntos com o órgão gestor, fazem a gestão a água de forma descentralizada e participativa”, esclarece o superintendente.
“Os comitês de bacia são organismos fundamentais, porque são eles que espelham as peculiaridades da região e estão na base da gestão descentralizada dos recursos hídricos”.
Monitoramento contínuo
No podcast, Abel aponta ações que a Semad realiza para impedir que os rios de Goiás se poluam. Uma delas é o monitoramento da qualidade da água.
“A secretaria tem 126 pontos de monitoramento espalhados pelo Estado, e se faz uma análise de 18 parâmetros de qualidade a cada três meses, em um laboratório de análises que está sendo ampliado”, explica.
Abel cita também a recém-implementada outorga de lançamento de efluentes, que em resumo estabelecerá a quantidade e a qualidade do efluente que poderá ser lançado em cada trecho de rio de Goiás a partir de 2025.
“Se eu tenho uma indústria e quero fazer a disposição do meu efluente em um corpo hídrico, preciso apresentar projeto e estudo técnico à Semad, para que seja avaliada a capacidade de autodepuração daquele corpo hídrico com a carga poluidora. Se aquele manancial puder autodepurar aquele efluente de maneira natural, a outorga se é concedida. Caso contrário, não”.
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