HGG oferece tratamento inovador para Síndrome do Intestino Curto

O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), deu início a um tratamento inovador, com o uso de medicação de alto custo, para paciente diagnosticada com Síndrome do Intestino Curto (SIC), condição debilitante que compromete a absorção de nutrientes devido à perda funcional de parte do intestino delgado.
Rosana Maciel, de 37 anos, começou o acompanhamento no hospital em 2023, após complicações em uma cirurgia de apendicite. Ela conta que antes de chegar ao HGG, passou por sete cirurgias, que trouxeram complicações severas ao seu intestino.
“Nesse período de sete cirurgias, eu cheguei a pesar 14 kg, não tinha forças nem para falar. Eu fui internada com um quadro de desnutrição grave e nessa época, eu pesava 27kg. Foi um período muito difícil porque eu comecei a usar a bolsa de colostomia, que me dava muita vergonha e me estressava muito estar nesta situação”, contou.
No HGG, Rosana passou a receber nutrição parenteral (NP) periódica — método que administra nutrientes diretamente na corrente sanguínea. O tratamento, embora essencial, impõe desafios como risco de infecções e impacto na rotina da paciente.
Neste momento do tratamento, ela foi internada em um leito do Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo (Napp) do hospital, ala da unidade que atende exclusivamente pacientes que enfrentam uma doença grave que ameace a vida.
Rosana chegou a rejeitar a ideia de ser transferida para a ala de Cuidados Paliativos por acreditar que aquilo significaria o fim de sua vida.
“Eu achava que cuidado paliativo era para quem já não tinha salvação e que eu estava indo para morrer. Com muita insistência, eu aceitei e vi que é algo totalmente diferente. Me trataram com muito carinho e fizeram de tudo para que eu me recuperasse e pudesse voltar para casa”, avaliou.
A melhora no quadro de Rosana se deu com o acompanhamento multidisciplinar de médicos, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e enfermeiros. Além disso, ela foi submetida à terapia nutricional e à introdução de um medicamento de alto custo, fornecido pelo Governo de Goiás a pedido da equipe médica do HGG.
Cláudia Costa, médica nutróloga que acompanha o tratamento da paciente, afirma que devido ao quadro grave, receitou um remédio chamado teduglutida, análogo do hormônio GLP-2 que estimula a regeneração e a funcionalidade do intestino remanescente, a expectativa é reduzir a dependência da nutrição parenteral e melhorar significativamente a qualidade de vida de Rosana.
“O acesso a essa medicação, que tem um preço estimado de R$ 200 mil a caixa, é um avanço no tratamento da Síndrome do Intestino Curto, e foi viabilizado pelo Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde”.
“O fornecimento representa um marco no cuidado especializado oferecido pelo estado. Estamos só no início do tratamento com este remédio, administramos a primeira caixa e temos a garantia que teremos acesso integral à medicação até que ela se recupere totalmente”, afirmou a médica.
Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo
Visando conforto e a qualidade de vida, o Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo – Napp do Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG é um serviço que tem como objetivo promover apoio à equipe assistencial, pacientes e seus familiares, diante de uma doença grave que ameace a continuidade da vida.
O atendimento de cuidados paliativos é realizado nos momentos iniciais e finais das doenças, prevenindo sofrimentos desnecessários e proporcionando conforto em situações de dor extrema.
O HGG é referência e pioneiro em cuidados paliativos em Goiás. Desde 2014, a unidade atendeu cerca de três mil pessoas e foi a primeira do Estado a contar com uma ala exclusiva e estruturada para oferecer assistência multidisciplinar na rede pública no Estado. Além disso, dos 16 leitos disponíveis em Goiás, 10 estão no Napp do HGG.
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