Caiado anuncia novos investimentos para ampliar atendimento e regionalizar a saúde

Caiado em entrevista à rádio CBN Goiânia: “Com todas as dificuldades, nós nunca atrasamos um dia os repasses da saúde. Isso é inédito”

As cidades de Uruaçu, Trindade, Águas Lindas de Goiás e São Luís de Montes Belos, entre outras, vão receber novos investimentos em saúde para ampliar o atendimento à população. É o que afirmou o governador Ronaldo Caiado na manhã desta quinta-feira (02/06), em entrevista ao vivo à Rádio CBN Goiânia.

A emissora realizou uma edição especial do programa “Café com CBN” sobre regionalização da saúde, com a participação do médico infectologista Marcelo Daher e da presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (COSEMSGO), Verônica Savatin, além de ouvintes. O secretário de Estado de Saúde, Sandro Rodrigues, acompanhou o bate-papo.

Ao projetar os próximos meses para a saúde, Caiado deu detalhes sobre a abertura de novos leitos, abertura e ampliação de hospitais. “O Hospital do Centro-Norte Goiano, em Uruaçu, abrirá o serviço de oncologia. Em Trindade, vamos ampliar a área do Hetrin, com 20 leitos de UTI, 90 leitos de clínica médica e 20 leitos de clínica cirúrgica. Em Águas Lindas, onde já fizeram shows para a inauguração do hospital, agora sim vamos acabar a obra, com 164 leitos e salas de cirurgias. Em Formosa, estamos aumentando a área do hospital de 5 mil metros para 17 mil metros quadrados. São Luís de Montes Belos, a unidade de saúde também terá sua área ampliada em 2,6 vezes até o fim do ano, com atendimento especializado para cardiologia. Ainda tem o Hospital do Câncer, com votação na Câmara de Goiânia para desmembramento da área, e que terá um complexo hospitalar. Isso é futuro já em construção. É o futuro que já está acontecendo”, detalhou.

Para o chefe do Executivo estadual, a descentralização do atendimento em saúde é um dos compromissos mais importantes de sua gestão. “A regionalização já foi muito falada antes em discursos aqui em Goiás, mas fomos nós que demos os passos largos para tornar isso uma realidade. Temos que ampliar? Sim. Mas a diferença da estrutura de 2018 para 2022 já é substantiva”, avaliou Caiado.

Herança
“Na verdade, estávamos em colapso antes da pandemia. Não podemos culpar apenas a pandemia pela situação. Tínhamos uma centralização da saúde em Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia. Fora isso, os outros 243 municípios não tinham nenhuma capacidade de atender ao cidadão vítima de infarto, de acidentes”, relembrou Caiado, ao fazer um resumo sobre a situação em que se encontrava a saúde quando assumiu o governo, em janeiro de 2019, contando ainda que o Estado usurpava há 13 meses a contrapartida para saúde dos municípios. “Os hospitais que abrimos na pandemia conseguem suprir casos graves com UTI e até cirurgias mais complexas”, explicou.

Desde 2019, o Governo de Goiás entregou seis policlínicas à população. As unidades estão localizadas nos municípios de Posse, Quirinópolis, São Luís de Montes Belos, Goianésia, Formosa e na cidade de Goiás. “Cidades grandes e importantes como Itumbiara, Jataí, Luziânia, Formosa, Porangatu e São Luís de Montes Belos não tinham leitos de UTI. No Entorno do Distrito Federal, onde temos o segundo maior contingente populacional em Goiás, não tinha nenhum também. A primeira vítima de Covid-19 em Goiás veio de Luziânia para Goiânia e já chegou aqui sem vida. Saltamos de 244 leitos para 885. Fizemos com que hospitais prioritários para Covid-19 tivessem leitos garantidos”.

Aos jornalistas Luiz Geraldo e Nathália Lima, o governador lembrou que os novos investimentos são acompanhados do pagamento em dia dos repasses previstos aos municípios. “Com todas as dificuldades, nós nunca atrasamos um dia os repasses da saúde. Isso é inédito. Em 2020, fizemos repasses extraordinários em função do controle da pandemia. Parcelamos dívidas vindas desde 2016 até 2018 e vamos pagar tudo. Já quitamos cinco parcelas e faltam mais cinco para zerar. Em Uruaçu, por exemplo, o Hospital do Centro-Norte teve investidos R$ 130 milhões em sua construção e aparelhamento. A manutenção dele custará mais de R$ 25 milhões ao mês. As Policlínicas recebem mais de R$ 2 milhões por mês. Os municípios não conseguem arcar com esse custo porque não têm dinheiro para manter”, analisou.

Representante das secretarias municipais de saúde, Verônica Savatin confirmou que as prefeituras enfrentavam dificuldades com os atrasos constantes em outras gestões. “Municípios com 5 mil habitantes e que têm hospitais municipais não tinham como manter profissionais para trabalhar. A rede de urgência de Goiás era concentrada na região Metropolitana. Levar o atendimento de saúde para mais próximo da população, além de acrescentar qualidade de vida, desonera os cofres públicos dos municípios, reorganiza diárias de motoristas e as despesas de pacientes. As pessoas aderem mais ao tratamento de saúde quando está mais perto elas. Temos avanços ainda a fazer? Temos. Mas já desonera bastante”.

Exemplo no combate à pandemia
O médico Marcelo Daher atestou que Goiás viveu uma grande transformação na área de saúde nos últimos três anos. “Goiás tinha uma fama de ser o Estado mais centralizador nesta área no Brasil. Moro em Anápolis e lembro que outros governadores governavam só para Goiânia”, comentou. Para ele, o Governo de Goiás agiu de forma correta durante a pandemia de Covid-19, evitando o colapso: “Quando avaliamos o cenário nacional, Goiás achatou a curva (de infecções e mortes) na primeira onda e na segunda, quando foi pior, tivemos um momento relativamente passageiro”, relembrou.

“Naquele momento, ações como a suspensão de cirurgias eletivas foram importantes, pois pessoas corriam o risco de contrair uma doença mais grave. A intervenção era necessária mesmo”, emendou Marcelo Daher. Hoje, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), está realizando mutirões mensais para reduzir o número de cirurgias eletivas pendentes.

Homenagem
Antes da entrevista, a Rádio CBN Goiânia dedicou uma homenagem à memória do jornalista e ex-coordenador de comunicação da SES, Pedro Henrique Ferreira, que morreu no início de abril, aos 33 anos, em decorrência de complicações de uma pneumonia.

Foto: Wesley Costa