Queijo produzido em Caçu é medalha de ouro em concurso internacional
O cenário de produção artesanal de queijo em Goiás ganha novos contornos com a conquista do Selo Arte e de Queijo Artesanal pelas queijarias regionais. Habilitação concedida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e inspecionada pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), o reconhecimento de um produto artesanal pelo Selo Arte vai além das garantias de qualidade, originalidade e regionalidade daquela receita, como também abre as portas para sua comercialização em todo o território nacional.
Hoje, estão devidamente homologadas na Agrodefesa, e acompanhadas periodicamente, cerca de 12 queijarias artesanais goianas, dedicadas a produzir receitas originais de forma artesanal de queijos que estão ganhando os paladares mais exigentes pelo país afora.
Conheça a seguir um pouco da história de algumas dessas queijarias que têm contribuído com boas práticas agropecuárias e de fabricação artesanal, e alçado o nome de Goiás a patamares mais elevados quando o assunto é queijo.
Conheça a seguir a trajetória da Queijaria Leiteria
Quando a família Trevisole, formada por médicos veterinários paulistas, escolheu se estabelecer em Goiás, eles investiram inicialmente na pecuária de corte, em uma propriedade em Caçu. O casal Rogério e Francismar optaram por migrar para a produção leiteira em 2011.
Mas foi às vésperas da pandemia, em 2019, que eles escolheram agregar valor ao leite, abrindo uma queijaria artesanal. A princípio, ela foi feita de forma experimental. Mas diante da aceitação pública dos queijos, eles buscaram alguns parceiros para auxiliar na profissionalização da produção.
Foi assim que a Queijaria Leiteria passou a contar com o apoio da Agrodefesa e demais parceiros como a Emater e o Senar, na adequação do processo produtivo e do manejo com as vacas da raça girolando.
“Fomos pegando gosto pela produção de queijo e para termos mais segurança na comercialização foi essencial contar com o apoio da Agrodefesa. Graças a ela conquistamos o Selo Arte, o que nos deu liberdade de produzir e comercializar nosso queijo por todo o país”, explica Rogério Trevisole.
Hoje, são produzidos na propriedade 1700 litros diários. Mas apenas uma parte é revertida para produção de queijo, que rende em média 150 quilos mensais. Os proprietários investem no melhoramento genético do rebanho e estão fazendo a seleção para que as novas vacas produzam leite A2.
A filha Marina, também veterinária, veio integrar a equipe e hoje os três se dedicam integralmente ao melhoramento do rebanho, e ao desenvolvimento de receitas inovadoras de queijo, como é o caso do Paiol, que leva semente de feno grego em sua composição, e que lhe confere um sabor único, além dos vários benefícios à saúde proporcionados pela semente.
A Leiteria produz seis tipos de queijo e já conquistou medalha de ouro no concurso internacional promovido na cidade mineira de Araxá com a sua versão de um queijo que se assemelha ao parmesão, o queijo Paraíso, com seis meses de maturação.
“Para nós foi uma conquista muito celebrada porque na primeira vez que submetemos um produto nosso a uma comissão julgadora de especialistas, voltamos com a medalha de ouro. Isso é um sinal de que estamos no caminho certo”, explica Rogério.
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