Governo financia e promove ações de saúde com povos Ciganos/Romani

Profissionais da Gerpop/SES durante visita a povos ciganos/romani em Caldas Novas (Foto: Gerpop/SES-GO)

No último dia 24 de maio – Dia Nacional dos Povos Ciganos/Romani –, o Governo de Goiás destaca a importância da preservação da cultura desse povo, ao qual leva serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

Desde 2024, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) passou a cofinanciar políticas em saúde para essas comunidades de dez municípios, fortalecendo sua história, marcada pela alegria, resistência e esperança no mundo inteiro. Ao todo, já são mais de R$ 1,6 milhão repassados.

Desse total, R$ 980 mil foram enviados para Trindade, Campo Limpo de Goiás, Guapó, Itumbiara, Goiatuba, Morrinhos e Caldas Novas. Em 2025, Bom Jesus de Goiás, Buriti Alegre e Vicentinópolis entraram no grupo e receberam, até o mês abril, mais de R$ 680 mil.

O dinheiro é destinado ao apoio técnico e financeiro, visando ainda ao custeio de ações específicas, como a ampliação do acesso, a valorização da cultura cigana nos serviços de saúde e a qualificação das equipes que atuam diretamente nas comunidades.

“São recursos que possibilitam a implementação de estratégias mais resolutivas, integradas e sensíveis às necessidades dos povos ciganos, respeitando suas especificidades culturais, sociais e territoriais”, explica o secretário da Saúde de Goiás, Rasível Santos.

“Trata-se de uma estratégia essencial para fortalecer a atenção primária e garantir a equidade desses povos no acesso aos serviços de saúde”, acrescenta a subcoordenadora de Atenção à Saúde do Povo Cigano/Romani, Rosa Mônica da Silva Rodrigues.

Instituído em 2006, por meio de decreto presidencial, o 24 de maio é um reconhecimento à contribuição da etnia cigana na formação da identidade cultural e histórica brasileira.

No Brasil, os povos Ciganos/Romani foram reconhecidos como minorias étnicas na Constituição de 1988. A escolha da data deve-se ao fato de o dia 24 de maio ser dedicado à Santa Sara Kali, padroeira dos povos ciganos. Em Goiás, segundo dados do e-SUS, eles somam cerca de 4,2 mil pessoas.

Diáspora

Essa população inclui os grupos Rom, Sint e Calon, formados pela diáspora de um povo nômade originário do norte da Índia, que passou por várias regiões do Oriente Médio e Europa, espalhando-se depois por outros continentes. Essa etnia é registrada no Brasil desde os primeiros anos da colonização no século 16.

“No entanto, a invisibilidade é outra marca deste povo, vistos como intrusos, estrangeiros, mesmo que tenham contribuído por séculos para a formação cultural, econômica, política e social brasileira”, avalia a gerente das Populações Específicas Maria Sena.

Segundo a Gerência das Populações Específicas (Gerpop/SES-GO), os povos ciganos/romani representam uma parte importante da nossa história e do nosso patrimônio cultural, com sua música, dança, arte, modo de vida, resistência e alegria.

“Neste dia (24), reforçamos o compromisso de promover o respeito, a inclusão e a valorização da cultura cigana, combatendo a ciganofobia ou romanofobia, que faz com que muitos não assumam sua ascendência publicamente e não procurem equipamentos públicos do SUS e a rede pública de ensino, por medo de represália”.

A coordenadora de Promoção da Igualdade Racial dos Povos e Comunidades Tradicionais em Saúde, Waldirene Gualberto lembra que outro aspecto dos povos ciganos/romani é o nomadismo, que surgiu não por uma característica da própria cultura, mas foi incorporada em decorrência de políticas de expulsão em diversos países ao longo da história.

“Porém, por um movimento que ocorre há 40 anos, a maioria opta por residências, acampamentos fixos ou pequenas comunidades”, disse.

Waldirene destacou que os nômades representam de 10% a 15% dessas comunidades.

“O conceito mais correto atualmente seria viajante ou itinerante, pois têm uma residência fixa, viajam por algum tempo em uma rota pré-determinada e voltam”, enumerou.

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